Data: 09/09/2020 17:17:13 - Visualizacoes: 23990
POLÍTICA. Liana Cirne Lins: "depois de criminalizar a política, a Lava Jato quer criminalizar a advocacia"
“É uma clara violação ao Estado Democrático de Direito. Depois de criminalizar a política a Lava Jato quer criminalizar a advocacia”, disse a jurista Liana Cirne Lins ao condenar a determinação do juiz Marcelo Bretas no mandado de busca no escritório de Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Lula.
“Estou extremamente preocupada com mais uma violação ao Estado Democrático de Direito”. Foi com esse tom que a jurista Liana Cirne Lins, em participação no programa Giro das 11 desta quarta-feira (9), avaliou o mandado de busca no escritório de Cristiano Zanin, que é advogado do ex-presidente Lula, ordenado pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas.
Na visão de Liana, a ação de Bretas deixa claro que, “após criminalizar a política a Lava Jato quer criminalizar agora a advocacia” e "quando se ataca a advocacia se ataca o direito de defesa".
“Foi o trabalho dos advogados que derrotou a operação Lava Jato, a operação perdeu a guerra de narrativa movida pelos advogados democratas”, acrescentou.
Liana relembrou que “a Lava Jato foi um sistema corrupto de entrelaçamento de poderes em que todas as normas jurídicas foram frontalmente violadas.
Em mais um capítulo da perseguição judicial ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi preso político durante 580 dias, o Ministério Público, em aliança com o juiz Marcelo Bretas, agora acusa seus próprios advogados de comandarem uma quadrilha. O método é o que foi usado à exaustão durante o auge da Lava Jato: uma operação espetaculosa com o vazamento de informações que deveriam ser mantidas sob sigilo para os jornalistas “amigos”.
A Operação Lava Jato está nas ruas para cumprir mandados de busca e apreensão contra escritórios de advocacia. Um deles é o de Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula. Os mandados foram expedidos pelo juiz Marcelo Bretas e também miram os escritórios da mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Adriana Ancelmo, de Tiago Cedraz e de Cesar Asfor Rocha.
Os escritórios e outras empresas são investigados por desvio de cerca de R$ 355 milhões do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ). Os desvios teriam acontecido entre 2012 e 2018.